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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A Primeira Avaliação

No dia 24 de Outubro de 2012, precisamente no dia em que completei três semanas de estágio, tive a minha primeira avaliação prática.

Como era de esperar, esta situação deixou me bastante ansiosa e inquieta, não por ser mais uma avaliação prática mas sim por ter que falar em espanhol, ou melhor, por ter que fazer com que os outros me entendessem em espanhol, o que por vezes se torna mais complicado.

Contudo, tentei não me deixar abater muito pelo nervosismo e pela ansiedade e preparei-me o melhor que pude, quer junto da minha tutora ou de outros enfermeiros, quer através do meu trabalho individual.

Então o que fiz, antes de mais, foi saber como é que se ia proceder esta avaliação, ou seja, teria que escolher um doente crítico, apresentá-lo à minha tutora, falando do seu motivo de ingresso na Reanimação, dos seus antecedentes pessoais e da sua evolução desde o momento de ingresso até à actualidade.

Assim sendo, escolhi uma doente de 88 anos que ingressou na reanimação na passada segunda-feira, 22 de Outubro, devido a uma perfuração da bexiga, no decorrer de uma recessão transuretral para remover um tumor no referido órgão.

Esta senhora tinha como principais antecedentes os seguintes:
  • Diabetes Mellitus Tipo II;
  • Insuficiência Renal Crónica;
  • Insuficiência Cardíaca Congestiva;
  • Pacemaker devido a Fibrilhação Auricular;
  • Hipertensão Pulmonar com Dispneia de Esforço;
  • Hipertiroidismo.
Perante estes dados e a condição física da referida senhora, que à chegada à reanimação se encontrava sedada, com um tubo endotraqueal e com um abdómen muito distendido, tenso e doloroso à palpação, tentei perceber quais eram os principais focos de atenção e os respectivos cuidados de enfermagem.

A par disto, pesquisei sobre toda a medicação que tinha, para saber o que lhe iria administrar e o porquê de o fazer, bem como para estar preparada para agir na presença de algum efeito secundário da medicação.

Então, no momento da avaliação, a minha tutora pediu-me para lhe apresentar a minha paciente, pelo que lhe indiquei todas as informações acima referidas, ou seja, o motivo de ingresso, idade e antecedentes pessoais. Para completar, falei-lhe sobre a evolução desta mesma senhora desde o seu ingresso na reanimação, bem como sobre as medicações que tinha em perfusão naquele momento.

Após estas informações, a minha tutora pediu-me para falar sobre esta senhora por sistemas (cardíaco, respiratório, digestivo, renal, neurológico, etc.), o que fiz de forma mais ou menos organizada, isto porque não passei a informação de forma sequencial e por sistemas, pelo que é importante melhorar este aspecto para uma próxima avaliação, de modo a facilitar a passagem de dados.

Seguidamente, começaram as perguntas sobre sobre pressão venosa central, gasto cardíaco e índice cardíaco, bem como sobre a importância fisiológica de cada um destes conceitos e foi aqui que eu falhei mais, porque apenas tinha uma vaga noção sobre cada um destes conceitos.

Fiquei um pouco nervosa nesse momento por estar a falhar contudo, a minha tutora demonstrou que não estava muito preocupada com o facto de não ter uma ideia bem formada sobre os referidos conceitos, pelo que me explicou cada um deles e a importância de serem avaliados na reanimação.

Por fim, foram-me feitas algumas perguntas sobre medicação, principalmente sobre diluição e reconstituição da medicação e velocidade de perfusão. Aqui, penso que me saí bem. Por vezes demorava algum tempo a completar os meus raciocínios mas após algumas dicas da minha tutora (que fazem todo o sentido tornam tudo mais simples), rapidamente era capaz de responder correctamente às suas perguntas.

E assim terminou a minha avaliação. O feed-back da minha tutora indica-me que estou no bom caminho, apesar de existirem muitos aspectos a melhorar e eu concordo com a sua opinião. Sei que ainda tenho muitas coisas para aprender, especialmente sobre os conceitos referidos anteriormente, bem como outros, como por exemplo ventilação mecânica, isto porque são conceitos com os quais não me confrontei muito anteriormente.

No entanto, tenho-me esforçado diariamente para me integrar no serviço e na equipa multidisciplinar, em todos os sentidos e felizmente, sinto que tal esforço é visível de ambas as partes, o que me deixa bastante feliz e com vontade de seguir em frente.

Por fim, resta continuar a trabalhar e a aprender mais um pouco, todos os dias.

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