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domingo, 7 de outubro de 2012

A Primeira Semana de Ensino Clínico

O Ensino Clínico é um momento de formação prática supervisionada, em que o estudante toma contacto com a profissão através de contextos reais e onde terá a oportunidade de planear, executar e avaliar os cuidados de enfermagem, tendo por base os conhecimentos teóricos, as competências adquiridas e o alvo de cuidados.

Durante o ensino clínico, o estudante tem não só as condições necessárias para desenvolver a sua destreza em termos de procedimentos de enfermagem mas também os meios para desenvolver a capacidade de pensamento crítico e contribuir assim, para a reflexão das práticas clínicas.

Desta forma, a primeira semana num novo local de estágio constitui sempre um momento de adaptação e integração e portanto, um momento de grande stress, o qual se torna ainda maior se o estudante estiver num país diferente, com idiomas e costumes diferentes.

Eu sou uma dessas estudantes, como já referi na minha primeira reflexão e chegar ao final da primeira semana foi para mim um alívio enorme.

Esta foi uma primeira semana de estágio diferente de todas as outras que já tive, isto porque normalmente costumo ficar apenas a observar o trabalho dos enfermeiros e a interacção destes com outros membros da equipa multidisciplinar enquanto que durante esta semana, a minha participação foi muito mais activa, o que de certa forma me ajudou a integrar mais facilmente.

No entanto, senti bastantes dificuldades ao longo destes dias uma vez que o idioma foi e será até ao final destas práticas um grande obstáculo a ultrapassar, porque apesar de compreender o que leio em espanhol, muitas vezes não entendo o que falam em espanhol.

Assim sendo, tentei ao máximo estar com atenção ao trabalho desenvolvido pelos enfermeiros e à forma como se expressavam uns com outros, principalmente nas passagens de turno, e também à forma como faziam os seus registos de enfermagem, abordando-os sempre que tinha dúvidas, o que também foi uma tarefa difícil, por ainda não saber falar muito bem espanhol.

Mas o idioma não foi o único obstáculo porque como disse, estou num país diferente, com um idioma e costumes diferentes e portanto, notei bastantes diferenças na forma de trabalhar da equipa multidisciplinar, comparativamente com aquilo a que estava habituada em Portugal.

A maior diferença que notei na equipa multidisciplinar da Unidade de Reanimação foi a forma de tratamento entre enfermeiros, auxiliares de enfermagem e médicos, ou seja, aqui todos se tratam pelo primeiro nome e sem antes se utilizar o "doutor" ou a "enfermeira", o que de certa forma favorece, na minha opinião, a relação entre os diferentes membros da equipa, sem rebaixar ou valorizar em demasia ninguém.


Achei esta relação dentro da equipa multidisciplinar muito interessante e motivante para o trabalho que cada pessoa naquele serviço executa e por conseguinte, motivante para mim também, na medida em que me sinto mais à vontade para estar junto de um médico e para esclarecer alguma dúvida, caso seja necessário, assim como sei que posso aprender bastante junto de uma auxiliar de enfermagem.

Foram muitas as diferenças que notei, para além desta contudo, o mais importante nesta reflexão é referir que consegui, em parte, atingir os objectivos a que me propus na segunda reflexão, apesar de todas as dificuldades.

Sinto-me ainda bastante apreensiva face ao que será o meu percurso aqui em Alcorcon e sei que terei que  enfrentar algumas dificuldades mas pelo que me pude aperceber, penso que posso contar com o apoio da minha tutora e da restante equipa de enfermagem, o que só por si me deixa mais motivada para continuar estas práticas e aprender cada vez mais.

 Ainda tenho um grande processo de adaptação pela frente até começar a ganhar alguma autonomia no meu trabalho mas espero estar apta para aproveitar todos os momentos de aprendizagem e de partilha de conhecimentos.




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